Já me matei faz muito tempo.
Me matei quando o tempo era escasso
e o que havia entre o tempo e o espaço
era o de sempre,
nunca mesmo o sempre passo.
Morrer faz bem à vista e ao baço,
melhora o ritmo do pulso
e clareia a alma.
Morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma.
Paulo Leminski
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